Longo, uma profunda militância em defesa do conhecimento

No último dia 08 de março faleceu o Doutor Waldimir Pirró e Longo.

Muito embora tenha ocupado cargos na vida pública que lhe conferiam a autoridade intelectual e moral de homem de Estado, Longo demonstrava seu saber nos atos e circunstâncias. Seu conhecimento se impunha na conduta profissional ilibada e na afetividade. Com simplicidade. Para muitos de nós que tivemos a oportunidade de conviver com ele, era simplesmente o Longo. Passou pela Finep e fez amigos.

Longo não foi simplesmente um quadro da frágil burocracia da Ciência, da Tecnologia e da Inovação. Em todas as suas passagens pela universidade brasileira, pelas instituições de pesquisa, nas entidades representativas da engenharia e pelos sistemas de defesa da soberania nacional, com sua formação militar, deixou marcas de uma profunda militância em defesa do conhecimento e sua reprodução no País.

No último dia 8 de março nos deixou um guerreiro, a quem a Finep deve grande parte de sua construção pelas lutas que travou pela criação de fontes perenes de recursos para dar ao Brasil as condições necessárias para superar a ignorância, o atraso tecnológico, a injustiça e a desigualdade social. Uma luta que travou ao lado dos empregados da Finep e desta Associação, e cujo exemplo devemos renovar a cada dia.

Muitos não tiveram o privilégio de desfrutar da presença do Longo na Finep. Muitos sequer sabem de sua existência.

A administração pública e os gestores das entidades de Estado muitas vezes desconhecem todo o processo da difícil construção de um sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação do qual a Finep faz parte. Longo lutou contra o abandono desse sistema (e pelo fortalecimento da FINEP), criando e reforçando programas e fundos setoriais que garantiram sua institucionalidade.

O empregado da Finep, entretanto, não pode padecer da falta de memória que aflige as instituições de nosso País.

Muitos dos que lutaram e lutam pela perenidade dos recursos públicos para o apoio aos projetos da sociedade brasileira que se apresentam à Finep, e na empresa não somente seus gestores, mas todo analista, todo empregado precisa saber que cada operação de financiamento traz uma parcela do esforço e determinação do Longo.

Basta isso para que cada um de nós se dê conta de que toda a trajetória desse brasileiro não pode simplesmente passar para a frieza dos textos de história. Ou que caiam no esquecimento ou na indiferença durante o automatismo das análises e aprovações no dia a dia das operações de financiamento.

O Brasil perdeu um grande quadro. O Longo permanece vivo nos pensamentos que conduzem a missão da Finep em sua responsabilidade pública.

Viva o Longo! Que Longo viva nas nossas atividades e em nossos corações!

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