Mesmo em conjuntura adversa, acordo de dois anos garantiu 4,58% de reajuste em 2023

Mesmo enfrentando uma das mais difíceis conjunturas da história do país, em que os trabalhadores sofreram ataques aos direitos trabalhistas e arrocho salarial, tendo à frente da economia o então ministro Paulo Guedes, os bancários conseguiram manter o reajuste salarial acima da inflação.

Acima da inflação

Com a divulgação da inflação (INPC) nesta terça-feira, 12 de setembro, que apresentou variação de 0,20% e o acumulado para 12 meses, entre setembro de 2022 e agosto de 2023, ficou em 4,06%, o reajuste da categoria bancária em 2023 chega a 4,58% (inflação mais 0,5% de aumento real).

“Não foi tudo o que nossa categoria merece, mas com unidade e mobilização, nós preservamos direitos na única Convenção Coletiva de Trabalho em nível nacional do Brasil e garantimos aumento acima da inflação. Ante a conjuntura do governo Bolsonaro de ataques a classe trabalhadora, podemos considerar uma vitória. Acreditamos que dias melhores virão, com um governo que dialoga com os trabalhadores e vamos lutar para recuperar o poder de compra da categoria nos próximos anos”, avaliou a presidenta em exercício do Sindicato do Rio, Kátia Branco. O índice conquistado recai sobre as demais verbas remuneratórias, como os valores fixos da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), nos tíquetes alimentação e refeição e demais verbas, como o auxílio creche/babá, gratificações e auxílio home-office.

Mais PLR

O reajuste de 4,58% incide também sobre a Participação nos Lucros e Resultados, nas parcelas fixa e adicional e sobre os tetos. A primeira parcela da PLR tem de ser creditada pelos bancos até 30 de setembro, conforme previsto na CCT. Já a segunda parcela da PLR virá em 2024, com o fechamento do balanço dos bancos e a consolidação dos seus lucros. Os bancos têm até 1º de março de 2024 para pagar a parcela final da participação nos lucros 2023.

“Nada é concedido pelos bancos. Como tem sido noticiado em nosso Jornal Bancário, todos os direitos, como a PLR e sua atual regra foram garantidos com unidade, greves e mobilização. É cada vez mais necessário que o trabalhador se sindicalize e fortaleça as lutas coletivas por melhores salários, condições de saúde e de trabalho”, explicou o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção.

Quadro: Seeb-SP/Dieese

Foto ao alto: A presidenta interina Kátia Branco elogiou a preservação de direitos e o reajuste acima da inflação conquistado pela categoria, apesar da conjuntura desfavorável no governo anterior – Foto de Nando Neve

Fonte: Carlos Vasconcellos / Imprensa SeebRio

 

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