Infelizmente, nos últimos anos a FINEP vem se distanciando de uma gestão de benefícios efetiva, que mantenha o grau de atenção aos seus empregados e indique a preocupação com o seu bem-estar, e mesmo dos assistidos, nas situações cobertas pela política de desligamento incentivado.
Ao longo destes anos, os empregados vêm experimentando uma perda gradual de cobertura destes benefícios, o que se projeta de forma dramática para os empregados com níveis mais baixos de remuneração.
Quando se trata de planos de saúde, esta política vem trazendo enormes prejuízos aos empregados. Basta lembrar que o reembolso das despesas com planos de saúde, que anteriormente superava os 50%, sendo integral em algumas situações, hoje é inferior a 45% (considerando as faixas etárias dos empregados). Isto sem contar com o congelamento das faixas salariais das tabelas praticadas que torna a 1ª faixa (salários abaixo de 7mil) praticamente obsoleta. Considerando o concurso em andamento, restrito a analistas, aplica-se apenas a última faixa da tabela (salários superiores a R& 13 mil).
Ainda tratando de planos de saúde, destaca-se a absoluta falta de preocupação da empresa em manter o grau de sustentabilidade na participação para os empregados, tendo em vista a distância entre os reajustes praticados pelos planos de saúde (no mercado) e os reajustes salariais ocorridos. Assim, ainda que se mantivesse a paridade no reajuste, o que não ocorreu, o peso do custeio dos planos de saúde é cada vez mais amargo para os empregados frente aos salários recebidos.
Adicionalmente a FINEP vem buscando mecanismos de esvaziamento das parcerias estabelecidas, entre elas a da Fundação de Assistência da qual foi fundadora (FIPECq Vida), estimulando a adesão a outros planos por meio de uma tabela de reembolsos privilegiada.
Na prática, a FINEP abdica da sua responsabilidade de manter uma política de benefícios sustentável, e a capacidade de atuar pró ativamente na busca de melhores condições, tanto para os seus empregados, quanto para os seus ex-empregados.
No contexto desta política de gestão de benefícios, desastrosa para os empregados, que tem a sua estabilidade particular abalada, a FINEP também perde, em capacidade de manutenção de um bom clima organizacional, e em atratividade e capacidade de retenção de talentos.
Recentemente, tomamos o conhecimento de um reajuste médio dos planos de saúde praticados pelo mercado, em alguns casos superior a 25%, do qual nem mesmo os planos oferecidos pela Fundação de Assistência, a FIPECq Vida, puderam escapar. Em dezembro de 2023, os empregados e aposentados da FINEP foram surpreendidos pelo anúncio dos reajustes dos planos AMIL oferecidos pela Fundação, que chegou a 20,99%.
É importante reproduzir a comunicação da FIPECq Vida, segundo a qual alcançou-se o reajuste mediante intensa negociação, tendo em vista a proposta inicial de reajuste de 44,02%. A comunicação pode ser acessada por meio do link Comunicado Amil Saúde – Renovação de contrato. Os empregados também podem ter acesso à apresentação realizada pela FIPECq Vida à ASAF, que representa os aposentados no link Reajuste AMIL x FPQV.
Como se vê o quadro demonstra o distanciamento, cada vez maior, dos índices de reajuste da saúde em relação à inflação geral e aos reajustes dos salários e aposentadorias.
Assim, é fundamental que a atual gestão demonstre que está comprometida com uma mudança efetiva neste cenário, e que aproveite o momento para:
- Rever a sua política de benefícios, eliminando as diferenças entre as tabelas de reembolso, adequando as tabelas às faixas salariais atuais.
- Recuperar os valores históricos de participação da empresa no custeio dos planos, especialmente para as faixas mais baixas de remuneração, notadamente ocupadas pelos empregados carreira de nível médio.
Para além destas medidas, imediatas, é fundamental que a FINEP retome a parceria com a FIPECq Vida, e que ambas avaliem junto com os empregados e aposentados formas adequadas de oferecimento de planos que atendam às suas necessidades, em faixas de valor e em qualidade da rede de assistência oferecidos.
O Colegiado